O ENIGMA DO UNIVERSO
Por NOSIVIED LEAHCIM
I - A viagem
No dia 08 de abril de 1989, uma Sexta-feira, eu saia do Rio de Janeiro e seguia em meu carro em direção à Ilhéus na Bahia, a fim de resolver alguns assuntos pessoais que envolviam imóveis da família. Com as malas prontas desde a Quinta-feira, acordei bem cedo, coloquei o carro para esquentar e daí a pouco já estava na estrada. O tempo estava ótimo, céu azul e temperatura agradável; a viagem, apesar de longa, tornava-se mais atraente a bordo do meu Opalão 88, seminovo e completo. Ouvia algumas fitas do Pink Floid e dirigia sem ânsia, sentia-me bem sozinho.
Mais tarde por volta das duas da tarde parei para almoçar, e fiz uma refeição leve, sem carne, para evitar uma má digestão devido a viagem que ainda tinha pela frente. Somente bem de noite eu alcançaria metade do caminho. Às quinze horas, pé na estrada...
Já eram seis e meia da tarde, e a noite lentamente começava a cair, enquanto isso apreciava o horizonte púrpura deixado pelo sol, iluminando a resta »sem-fim« que levam à Bahia.
Às sete e meia da noite, meu corpo já estava fatigado, e meus joelhos doíam um pouco (um velho problema), pensei em parar um pouco, a próxima cidade ficava a 120 Km dali. Olhei no horizonte e havia uma estrela de prata, uma bola, para ser mais exato, grande. Haviam outras luzes, mas estava longe demais. Aos poucos eu já começava a desconfiar: não era uma estrela...
II - Eu vi um Disco Voador
Fiquei extremamente curioso e pisei mais fundo no acelerador, o velocímetro marcava 110 Km/h a 120 Km/h. rapidamente me aproximava, e meu coração a esta altura já estava saindo pela boca, pois não detectava o que exatamente era aquilo que estava vendo, ou não acreditava no que estava vendo (acho que foi isso). Em poucos minutos cheguei bem próximo da »tal« luz.
Estava a duzentos metros, e pude ver com clareza. Era uma nave, de aproximadamente quarenta metros de cumprimento, flutuando a cerca de trinta metros do chão; formato oval, e em sua volta haviam luzes azuis piscando incessantemente, no centro havia uma luz extremamente forte e branca e branca. Mesmo sentindo o coração bater no pescoço e uma agonia terrível por ser tão vulnerável àquela »coisa« tão imensa, desci do carro naquela estrada deserta, e andei em direção à nave, queria ver a coisa mais de perto.
A medida em que me aproximava, as luzes em volta da nave piscavam com mais compasso e lentidão. Continuei em passadas curiosas, a nave baixou um pouco e ficava então a cerca de vinte metros apenas do solo.
Era imensa, muito grande mesmo, é inacreditável e indiscritível uma coisa desta proporção. Caminhei ainda mais e chegue bem embaixo do centro da nave, pensava mil coisas, mas meus pensamento foram interrompidos pela luz que se tornou mais intensa e criou um círculo em minha volta, eliminando a gravidade naquele campo; meu corpo tornou-se leve, e flutuava vagarosamente em direção a nave, foi tomado por um pavor, uma vontade doida de fugir dali, porém foi em vão, uma sonolência me tomou e »apaguei« por completo.
III - Zok
Minha cabeça doía um pouco, estava tonto, queira acordar e logo lembrei »Caramba, o carro! O carro ficou na estrada!« Abri os olhos, e só vi um fundo azul, e minha cabeça girava, fechei os olhos. Respirei fundo, acalmei-me e abri os olhos novamente: um teto azul e oval, isso era tudo que podia ver. Meus braços e pernas estavam atados a uma mesa fria, não podia me mover, estava um pouco atordoado ainda e não raciocinava direito. Pensei comigo: ... que diabos eu tinha que fazer aqui? Por que eu não fiquei quieto dentro do carro? ... alguém interrompeu meu pensamento:
- Você está aqui porque tem de estar paciente - respondeu em voz serena.
- Quem é você? - perguntei em voz alta, sem conseguir ver quem falava.
- Zok. - respondeu, e continuou - Um dia acabaríamos nos encontrando. Existe algo que você deve saber, por isso está aqui: Há dezenas de milhares de anos atrás, na sua noção de tempo, seu planeta foi visitado por nós e não havia vida inteligente lá, porém sua beleza era tamanha que mesmo eu o apreciei.
- Então você tem milhões de anos? - perguntei em voz alta, afoito.
Finalmente vi um vulto acima a minha direita se erguer, mas não mais que isso:
- Não fale. Pense! Eu posso entendê-lo assim, bem como você entende sem que eu fale - entendi 1 - Não tenho dez mil anos, porém não posso definir minha idade para você, que tem um conceito tão primário sobre o Tempo. O tempo é uma grandeza como outra qualquer, e assim, pode ser manipulado. Contudo, isso não importa agora. Conforme lhe explicava, conhecemos seu planeta, numa época em que o nosso, Planeta Wank, passava por um momento muito difícil, e dentro de pouco tempo entraria num processo de degradação natural que atingia milhares de galáxias vizinhas, bem como a nossa, Galáxia Seiris. Isso foi causado pois um ferimento no Corpo do Universo, que destruiu assim diversas moléculas e células, formadas pelas milhares de galáxias afetadas, como a nossa, que era um átomo deste corpo, e nosso planeta por sua vez era um elétron 2.
IV - Em busca da nova terra
Eu bem que me esforçava para compreender aquilo, mas era uma verdade muito diferente, e demorava a assimilar. Ele continuou:
- Diante deste fato, mapeamos outras galáxias nos confins do Universo, na busca de alguns planetas que oferecessem condições de habitação, ainda que tivéssemos de nos adaptar. Assim descobrimos cinco planetas em galáxias distintas e muito distantes uma das outras que ofereciam estas condições. Quando chegamos ao planeta Lukza 3, não havia vida animal inteligente, além disso nossos organismos não se adaptavam completamente às condições como a atmosfera e até a alimentação, então desenvolvemos através de combinação genética, um protótipo que aliava filamentos de DNA de espécies Lukzianas (terrestres) e filamentos de nossa raça. O resultado foi um protótipo humano sexuado, que continha características nossas com órgãos QUE SE ADAPTAVAM ÀS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE Lukza. Desenvolvemos »almas« 4 que ainda jovens, eram enviadas ao Planeta Lukza, para habitarem os corpos criados.
Além de Lukza, habitamos outros quatro planetas, sendo que um deles oferecia condições perfeitas para habitação, sem necessidades de adaptações ou mutações genéticas. Esse planeta chama-se Kawaha localizado na galáxia Paklox, a cerca de seis milhões de anos luz de Lukza (Terra). Lá, em Kawaha, residem todos os seres que restaram de nossa civilização, são poucos, pois muitos não conseguiram sair antes que nossa galáxia se destruísse por completo.
Nos demais planetas que habitamos fizemos experiências como em Lukza e criamos seres similares aos humanos.
De tempos em tempos, visitava-mos o planeta Lukza e deixávamos ao povo parte de nossa sabedoria, para que pudessem alcançar a evolução por si mesmos. E os humanos tiveram êxito em Lukza, através de civilizações como os Assírios, Fenícios, Egípcios, e mais recentemente os Maias, Incas, Astecas dentre muitas outras...
- Perguntei (pensando): Atlântida?
- Não! - respondeu e silenciou.
- Não existiu Atlântida? - insisti.
Notas:
1 - A comunicação que tive com Zok não foi em diálogo como conhecemos; no processo de telepatia utilizado por eles, um parece »entrar« na mente do outro, e entender o que quer ser transmitido. Aqui descrevo em diálogo, facilitando o entendimento do leitor.
2 - Acaso o leitor não tenha compreendido isso, não se preocupe. Naquele dia só compreendi, pois estava »dentro« da mente de Zok. Mas meditando o leitor verá a clareza desta mensagem.
3 - Nome pelo qual chamavam no nosso Planeta Terra.
4 - Corpo Astral.
(continua no próximo número)
volta à pagina anterior
|